domingo, 16 de junho de 2013

11º Ensaio

27/09/2012
Núcleo de dança – 14h ás 18h
Começou o ensaio com uma discussão sobre o local das apresentações e as possibilidades. Hugo Rodas sugeriu que poderia ser no Anfiteatro 09.
Seguiu para discussões sobre a organização das cenas nesse espaço. A primeira cena se manteria como trabalhada, com duas colunas carregando o caixão. Na cena do recrutamento, em que as mulheres ficam em volta de David, ele indicou que elas deveriam ter mais expressões.
Depois da ascensão de David, o figurino iria mudar, para algo nos tons de dourado, com brilho. As mulheres teriam sapatos fechados, quadrados, duros. Uma mistura de Caldas Novas com Conjunto Nacional no domingo. Para os homens levantou a possibilidade de já começarem de calça social e camisa e depois colocar a gravata.
Seguiu para a passagem das cenas. Na cena do recrutamento, indicou que as mulheres deveriam ser mais sensuais, e realizar cada movimento com mais precisão, mais marcado e em câmera lenta.
Hugo Rodas considera o andamento da música do rap muito lento. Ele também discute sobre a relação entre a fala e o movimento. Mostrar nos movimentos mais o sentido das falas. Para David, fazer mais o “malandro”. Sugere que trabalhem mais fotos dos movimentos.
Na cena do recrutamento, no segundo auxiliar, enfatizar mais a expressão facial, e variando as intensidades. Sugere que poderiam explorar mais as acrobacias. E os braços nunca devem perder a expressão.
Para os outros homens na fala do recrutamento, devem pensar em fotos, poses de halterofilista. Pensando também em torções e oposições.
As drags teriam leques gigantes, e se movimentariam com muito balanço no quadril. A movimentação seria em 4 tempos, 4 para a frente e 4 rodando. Ou, retirando os leques, na mão direita teriam um cigarro de maconha e na outra uma caipirinha.
Depois das marcações segue para a passagem das cenas.
Na cena do funk, quando descem do palco, pegam as armas que estão no centro, seguem pelas laterais da plateia, se cruzam no fundo, e voltam. No final da música, o coro para rodeando David, e se fecham como se fossem uma saia dele, mantendo um joelho flexionado e a outra perna estendida.
Começa o trabalho da próxima cena, o Fazendeiro chegaria pelos fundos.
Rodas indicou que quem tivesse violão deveria levar no próximo ensaio, para tocar a música do fazendeiro, e todos com chapéu de caubói.

Teria a troca de roupas. Teriam roupas de crentes por baixo, e leg de leopardo e com  muito brilho e lantejoulas por baixo.

10º Ensaio

25/09/2012

Anfiteatro 09- ICC- UnB

14h ás 18h.

Hugo Rodas começou o ensaio ressaltando a importância do entusiasmo para seguir com o trabalho e questionou o que seria sons de guerra para o integrantes do grupo. Pediu que eles pensassem antes de responder de imediato. Pediu que fechassem os olhos e aos poucos criassem esses sons.
Na sequência, pediu que todos se sentassem na borda do palco, e com os braços deveriam fazer uma onda em oito tempo. Sempre associando o gesto com o tempo. Depois, deveriam fazer a onda, mas batendo os pés no chão, e abrindo a boca em câmera lenta até o máximo e depois começar o grito de um murmúrio e aumentar o som gradativamente. E para finalizar seria um passo de guerreiro em direção a plateia.
O som criado remeteu a invasão de um exercito, uma coluna de guerreiros. Pessoas que passavam próximos aos anfiteatro disseram que parecia a queda de um avião.
A cena foi repetida diversas vezes. Rodas a dividiu em etapas: 1º começa a bater o calcanhar na borda do palco; 2º aumenta a intensidade das batidas e começa a abrir a boca em câmera lenta; 3º começa a subir o braço; 4º começa a gritar em volume baixo e vai aumentando, com olhar de ódio. 5º Um passo de guerreiro em direção ao público.
Alguns acessórios são levados para teste, como asas e auréolas . Rodas procura algo prático que pode ser pendurado ou amarrado com elásticos.
Utilizando os acessórios é realizado a passagem das primeiras cenas.
Hugo Rodas remarca a cena 2. As indicações são:
-       coro deve ir para trás do sacerdote em 6 fotos.
-       David levanta do caixão com a tampa nas costas, depois da primeira fala ele joga a tampa no chão.
-       O coro grita de terror: Nãããooo!!
-       David sai do caixão
-       O coro grita de terror: Nãããooo!!
-       David caminha para o sacerdote
-       O coro continua posicionado atrás do sacerdote até David roubar o pão.
-       Depois que David rouba e come o pão, o coro passa para seu lado e também rouba e come os pães do sacerdote.
-       Todos comem e cantam como em uma orgia.
O caixão será usado como cadeira para próxima cena. O coro cantará o refrão “Glória” duas vezes, batendo palmas, o Sacerdote sai do caixão e o coro o posiciona para a próxima cena.
Hugo reforça a posição dos braços das mulheres em volta de David:  um braço deve ser acariciando David e o outro em levantado em diagonal.
No final da cena com a música de rap, os atores deveriam congelar, e em câmera lenta deveria seguir para a cena que foi trabalhada no início do ensaio. Deveriam seguir se arrastando, com respiração de soldados. No fim dessa cena, deveriam se transformar em vedetes. Primeiro Rodas propõe que se transformem em vedetes em câmera lenta, depois em três tempos, que seriam 3 passos e subindo no palco novamente e finalizando com um grito, mas agora, agudo.
Na continuação Rodas segue para a musica do funk. Sugere que a primeira estrofe deve ser cantada em ritmo mais lento e depois retoma o ritmo original da canção.
Hugo Rodas explora a possibilidade de durante essa canção, o coro deve descer do palco, seguir pelas fileiras laterais do teatro e no fundo do teatro se cruzam, e voltam para o palco.
Como proposta para a próxima segunda-feira, pediu que os atores levassem roupas sociais, ternos e calças. E também, lençóis mantas e panos para experimentar.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

9º Ensaio


Ensaio 24/09/2012
Anfiteatro 09- ICC- UnB
14h ás 18h.

         Samuel conduz o aquecimento. Trabalha com exercícios de consciência corporal e espacial.
         Ele indica que o grupo deva caminhar, parar, ter firmeza nos movimentos, equilíbrio. Exercitou a percepção e união do grupo, indicado que eles deveriam correr, parar e pular ao mesmo tempo. Hugo Rodas observa as atividades e pontua que os integrantes deveriam buscar congelar mantendo o movimento da corrida. Não ficarem numa posição estática, mas sim mantendo o fluxo da corrida. Para finalizar o aquecimento também são trabalhadas torções e oposições, principalmente de tronco e quadril.
         O ensaio segue para o trabalho com a música de funk da cena 5. Rodas menciona possibilidades para a construção da cena. Ele considera que alguns coristas podem descer para a plateia. Pergunta se alguém toca tambor, que o bando de auxiliares de David poderiam tocar tambor. Para a marcação de cena teria antes da música, uma guerra com tambores, sons de tiros e ambulâncias. Na cena seriam coreografas lutas e mulheres gritando, como em um carnificina total. Teria uma fumaça iluminada de vermelho e amarelo. Todo o bando tocaria os tambores do triunfo e cantariam. Ele pensou também na possibilidade tambores no ritmo do candomblé e uma bandeira com o nome DAVID escrito nela.

Seguindo a rotina dos ensaios começam a passar desde a primeira cena do espetáculo. Hugo Rodas ainda observa detalhes para aperfeiçoar nas anteriores. No momento de retirarem as auréolas dos braços do Sacerdote reforça que os integrantes do coro devem sair em balão, em círculos abertos e que sempre devem caminhar atentos as diagonais.
Na cena 4 e testada a possibilidade da parte final da música ser cantada pelas travestis.
Rodas destaca que se preocuparem só com a melodia fica sem força, fica infantil. Devem trabalhar a presença do corpo. Os joelhos nunca devem ficar esticados, sempre devem estar levemente flexionados.
Ainda na cena 4, Rodas propõe uma nova marcação para o segundo recruta. Todos se empurram e tentar sair mas o Diego é que consegue. Ressalta ainda para trabalharem as intenções de ladrões, devem ser mais sórdidos. Pensar como referências em pessoas baixas que vivem escondidas.
Para o terceiro recruta é trabalhada a marcação que ele deve ser jogado pelos outros integrantes.

Para a cena 4, Hugo Rodas também considera a possibilidade de usarem três leques gigantes e ridículos para as travestis abanarem David.
Para David, teria um megafone.
As mulheres nessa cena também deveriam explorar a sonoridade.
Rodas observa que a unidade do grupo cria uma massa interessante.
Novamente na passagem de cena Rodas propõe uma nova marcação para linha dos homens que quando um falar os outros devem congelar.

Como indicações gerais para o grupo Rodas ressalta para que investiguem para o coro pessoas más, felizes, sem culpa, que gostam de roubar e matar.
 Segue a primeira versão da cena 4, elaborada por Marcus Mota:
CENA 4- RECRUTAMENTO DOS HOMENS DE DAVID, QUANDO SE FORMA UMA QUADRILHA QUE FICARÁ FAMOSA.
Tenda de recrutamento. Duas cadeiras ,uma longa fila de candidatos. David e o anotador, seu braço direito.  Toda a cena é cantada.

AUXILIAR PRINCIPAL DE DAVID
Próximo!
DAVID
Quem é você e por que quer entrar no meu bando?
CANDIDATO 1
Meu nome é desgraça e faço o que for preciso. Sou rápido com as mãos e com os pés. Tenho o bolso e no coração vazios. A vida dos outros não vale nada. Odeio  tudo que respira. Por isso estou aqui.
DAVID
Excelente! Vai pra linha de frente. Bem longe de mim.  Próximo.
AUXILIAR PRINCIPAL DE DAVID
Anda logo, não ouviu?
CANDIDATO 2
Minhar mulher morreu. Meus filhos morreram. Eu mesmo morri faz tempo. Mas quando fiquei sabendo o  que o senhor fez, vi que nem tudo estava perdido. Meus olhos se abriram e...
DAVID
Fraco! Vai  carregar as mochilas lá trás . Bem longe de mim.
AUXILIAR PRINCIPAL DE DAVID
Próximo! Vamos, não temos o dia inteiro.
CANDIDATO 3
Eu roubei...(David e Auxiliar Principal gargalham) roubei muito( novas gargalhadas, agora incluindo todo mundo) Estão atrás de mim e eu não tenho mais pra onde ir.
DAVID
Novidade! Pegue a senha pro grupo dos desesperados praguejadores cheios de dívidas.
AUXILIAR PRINCIPAL DE DAVID
Vamos encerrar por hoje.
VÁRIOS
Eu tenho renite! eu tenho piolhos! Eu manco quando chove.
DAVID
Chega! Amanhã continuamos. Que venham os com tosse e cuspe, os com cabelos nas costas, e os de bunda murcha se arrastando pelo chão, os de mãos grandes e olhos arregalados, os parasitas e os que uivam para a lua, os que se sofrem de desmaios repentinos e os que não fecham os olhos quando dormem.  Vocês que são um incômodo, uma doença ruim, uma costela fora do lugar, agora têm um nome – vocês são meus, vocês são os homens de David. (celebração. canções danças)



Na continuidade do ensaio o grupo segue decorando a letra da canção da cena 5 com a orientação de Marcus Mota. O grupo segue o trabalho decorando estrofe por estrofe.

Nesse momento ele apresenta as modificações solicitadas para a letra da música. As modificações foram:

Na terceira estrofe que ficou assim:

Pior foi lutar contra velhos cansados
Os velhos trazendo seus bolsos vazios
O cheiro de urina dos velhos aos gritos
Pedindo a morte, pedindo um abraço
Queriam dançar uma dança sem passos
Os olhos tão fundos sem dor e ilusão
Os ossos curvados a vida no chão
Pulavam, xingavam, queriam morder
Os velhos sem dentes se nada a perder
E tudo por causa do rei capitão. (2x)



O início da 4 estrofe mudou para:

“As cabras, crianças, os mortos parentes”

quarta-feira, 6 de março de 2013

8º Ensaio




Núcleo de Dança- UnB
14h as 18h

       O ensaio começou com o aquecimento vocal  guiado pela integrante Aida. Depois Hugo Rodas conduz o aquecimento em grupo. Realizam exercício  círculo, abraçados. Trabalham a concentração, a respiração em sintonia, o controle corporal. Realizam exercícios posturais, exploram o encaixe do quadril, joelhos levemente flexionados. Hugo Rodas conduz só com movimentos sem falar buscando uma unidade do grupo.

          Rodas conduz para uma atividade em diagonal. O grupo forma uma fila indiana e em duplas devem seguir em diagonal pela sala explorando gestos de pedintes. Utilizando os três planos, e as “quatro frentes” (pensar nas diagonais).
Depois na mesmas estrutura as duplas devem marcar o ritmo e fazer uma “foto” (Congelar por um tempo no movimento).
Rodas orienta para explorarem várias formas de pedir, e vários pedidos diferentes, pensar nas intenções de pedir dinheiro, comida, trabalho...
Também direciona que o olhar não deve ser para Deus, pedir para os olhares que estão disponíveis.
Na próxima rodada do exercício Rodas sugere que peçam com maldade, com olhar de enfrentamento.
         Como direcionamentos gerais ele menciona para: buscarem gestos diferentes, para não repetirem os mesmos movimentos. Para confiarem nos braços em diagonais inversas e o peito para cima.

       Outra variação da atividade foi seguir na diagonal marcando o ritmo e a cada tempo fazer uma “foto”. Isso sem interpretar, trabalhando o espírito da cena.
Na próxima variação devem seguir em trio, no formato de triangulo. Devem buscar sincronia e na ida devem seguir marcando o tempo e fazendo uma foto por tempo, chegando devem congelar juntos e voltarem juntos. Na volta devem seguir também fazendo as fotos, mas com o ritmo dobrado. Depois em cada foto os integrantes também deveriam gritar.
Nesse exercício em trio deveriam buscar a sintonia nas poses- fotos-, nos gritos e nos movimentos. Devem ser três pessoas em acordo. Seguindo com o mesmo objetivo para o mesmo lugar.
       Rodas orienta para pensarem em três ladroes confabulando e “não interpretem muito, preocupem mais com o gesto”.  O diretor também ressalta a importância de se olharem para confabularem e que devem “ser”.
Retornam para atividade em diagonal, fazem a “operação tatu” só no plano baixo, só no solo.

No próximo exercício Rodas reúne todo o grupo em um bloco, e juntos devem avançar e recuar pela sala. Nesse exercício trabalharam como se movimentarem em grupo, o cuidado com o espaço, o equilíbrio e troca de peso e o cuidado com o outro na movimentação.

Rodas destaca que Tempo + Gesto = Interpretação.
Seguir o tempo e a ideia de estar com o outro é a interpretação. A tensão deve ser mantida até o fim, não deve perdê-la antes.

Ainda durante os exercícios percorrendo a diagonal da sala, Rodas trabalha com o grupo o deslocamento em plano baixo. Os integrantes devem buscar diferentes formas de se deslocarem pelo solo.

Para a próxima atividade o diretor indica ao grupo que os integrantes do coro devem ir para o fundo da sala. E em sincronia o grupo deve caminhar  e a cada passo fazer um gesto e congelar por um tempo, e seguir andando, criando um ritmo contínuo. Depois o mesmo exercício só que o grupo deve estar mais unido, criando um só corpo. Na atividade o grupo deve caminhar junto, parar junto,  e seguir junto e voltar. O grupo deve ser uma massa, devem se movimentar juntos, organicamente, com apoios firmes para não desequilibrarem. As pernas, braços e mãos devem ser movidos no mesmo momento. Devem explorar variações nos gestos. Rodas considera que não se deve repetir os mesmo movimentos.
 A próxima indicação é que o gesto a ser realizado seja de pedinte com diversas variações entre elas a de “pegar senha no hospital público” e “pedindo comida”,  sempre com o referencial que são pessoas pobres. Outra variação é o grupo caminhar unido em câmera lenta.

O ensaio segue para a passagem de cena. Começa da primeira cena se segue pelo que já foi trabalho.  A parte final do texto da cena 3 ainda é modificado.

Rodas retoma o trabalho com a música do recrutamento que corresponde a cena 4. O diretor propõe mudanças para que o rap seja cantado de forma mais soletrada, o que início seja mais acelerado e que o terceiro recruta tenha mais texto.
Para David ele considera que deve ter a postura de “Miss Brasil” e é amado por todos.
Com primeiro a ser recrutado são trabalhos seus movimentos condizentes com a sua fala e no ritmo da música. Para o personagem o diretor enfatiza que deve possuir todos os vícios. Enquanto o segundo recruta é mentirosos, e deve explorar ao máximo essas características, Rodas sugere aproximações com o estilo de “novela mexicana” e o exagero.
São experimentados ecos das falas finais de David pelo coro.
Na parte final da música, que David deve cantar, Rodas direciona para que seja um discurso alegre, e com ar de revolução. Para ser inspirado no discurso de Collor, sempre sorrindo e confiante. E os trechos “que venha”, devem ser valorizados.  Quando falar em “uivar para a lua”, o coro deve uivar.

A cena repetida várias vezes. Em outro momento o foco é ajustar o novo texto do 3 recruta no tempo da música. No próprio ensaio Marcus Mota já propõe mudanças na letra da música para adequá-la.

Na parte final, depois do discurso de David o coro retoma e cantam juntos a última frase: “vocês são meus, vocês são os homens de David.” (4X) E no final um grito de celebração: ÉÉÉÉH!

Em seguida são repassadas novamente todas as cenas anteriores, mais o que foi construído da cena 4.
Nisso Rodas observa possibilidades para a transição da cena 3 para 4. Sugere que as luzes sejam apagas, que se retire o caixão  e coloque a cadeira de David, todos se arrumam nas devidas posições e solte a música.

O ensaio segue para o trabalho da próxima cena, com a música do funk.
De acordo com o roteiro inicial de Marcus Mota, a cena 5 consistia em:

5- CONJUNTO DE PERFORMANCES COM OS PEQUENOS CRIMES DE DAVID, CANTADOS E DANÇADOS EM CENA. CENA FUNK. Barbárie.  (músicos gritam nos riffs e gritam)
MALFEITORES

Eu quero louvar as coragens de’um homem
que trouxe a alegria de volta pra nós
não sei se consigo, preciso mais voz
pois fiquem comigo, não me abandonem,
que antes de tudo vivia com fome
agora, minha gente, não falta mais pão
comemos, bebemos por toda a região
ferida que sangra não dói nessa pele
nem temos vergonha que o mal se revele
e tudo por causa do rei capitão.

Verdade, verdade me deixem mostrar
que ontem de noite eu mesmo vivi
cercamos a vila que fica ali
atrás da montanha, mas longe do mar.
De noite atacamos, o medo no ar,
pra nossa supresa de armas na mão
lutavam crianças, os mortos no chão,
os pais já carniça de lutas passadas
já mortos bem mortos por nossas espadas
e tudo por causa do rei capitão.

 Pior que invadir essa mesma aldeia
eu lembro foi ter que matar umas cabras
que tanto berravam, baliam, fanfarra
diante do fogo em mil labaredas
carpindo as casas e as gentes, platéia,
queimavam caladas sem dor e ilusão,
as gentes sem alma e os bichos então
pulavam, corriam, queriam morder,
as cabras, loucura, vendo a carne arder.
E tudo por causa do rei capitão.

As cabras, crianças, os mortos parentes
é coisa pequena diante do fato
um dia chegamos às margens de um lago
as águas tão vivas brilhavam tão quentes
mulheres boiavam azul reluzente
mulheres nas águas azuis sem paixão
os olhos vazios,  sacrifício obscuro
mulheres fugindo, o medo do estupro,
e tudo por causa do rei capitão.


Chegamos enfim ,ao extremo da luta
ninguém mais nos causa temor ou cansaço
pois somos mais fortes, mais duros que o aço
que corta gargantas, dos fracos abusa,
por isso trazemos as mãos sempre sujas
 o sangue dos outros é nossas canção
a morte alheia a agitar  coração   
em cada miséria que vemos em chamas
ressoa a alegria da voz que comanda
verdade mentira o rei capitão


O grupo segue a rotina de sempre que uma nova canção será trabalhada o grupo primeiro escuta a gravação da música e depois treina. Diante da letra, Hugo Rodas propõe que também sejam incluídas questões mais atuais como: “arrombar banco, sequestros, e falas como “me dê 10%- preciso de grana para comer”.

Os encaminhamentos para o próximo ensaio são:

·         Rever a letra do funk.
·         Finalizar a cena 4. Sugestões, que as travestis venham para a frente, e façam danças sensuais. E no final todos teriam armas nos bolsos e começariam a próxima música, a cena 5.
·         Investigar a possibilidade das travestis buscarem bules de café para fazerem a coleta, e entregar para todos do coro.