quarta-feira, 6 de março de 2013

8º Ensaio




Núcleo de Dança- UnB
14h as 18h

       O ensaio começou com o aquecimento vocal  guiado pela integrante Aida. Depois Hugo Rodas conduz o aquecimento em grupo. Realizam exercício  círculo, abraçados. Trabalham a concentração, a respiração em sintonia, o controle corporal. Realizam exercícios posturais, exploram o encaixe do quadril, joelhos levemente flexionados. Hugo Rodas conduz só com movimentos sem falar buscando uma unidade do grupo.

          Rodas conduz para uma atividade em diagonal. O grupo forma uma fila indiana e em duplas devem seguir em diagonal pela sala explorando gestos de pedintes. Utilizando os três planos, e as “quatro frentes” (pensar nas diagonais).
Depois na mesmas estrutura as duplas devem marcar o ritmo e fazer uma “foto” (Congelar por um tempo no movimento).
Rodas orienta para explorarem várias formas de pedir, e vários pedidos diferentes, pensar nas intenções de pedir dinheiro, comida, trabalho...
Também direciona que o olhar não deve ser para Deus, pedir para os olhares que estão disponíveis.
Na próxima rodada do exercício Rodas sugere que peçam com maldade, com olhar de enfrentamento.
         Como direcionamentos gerais ele menciona para: buscarem gestos diferentes, para não repetirem os mesmos movimentos. Para confiarem nos braços em diagonais inversas e o peito para cima.

       Outra variação da atividade foi seguir na diagonal marcando o ritmo e a cada tempo fazer uma “foto”. Isso sem interpretar, trabalhando o espírito da cena.
Na próxima variação devem seguir em trio, no formato de triangulo. Devem buscar sincronia e na ida devem seguir marcando o tempo e fazendo uma foto por tempo, chegando devem congelar juntos e voltarem juntos. Na volta devem seguir também fazendo as fotos, mas com o ritmo dobrado. Depois em cada foto os integrantes também deveriam gritar.
Nesse exercício em trio deveriam buscar a sintonia nas poses- fotos-, nos gritos e nos movimentos. Devem ser três pessoas em acordo. Seguindo com o mesmo objetivo para o mesmo lugar.
       Rodas orienta para pensarem em três ladroes confabulando e “não interpretem muito, preocupem mais com o gesto”.  O diretor também ressalta a importância de se olharem para confabularem e que devem “ser”.
Retornam para atividade em diagonal, fazem a “operação tatu” só no plano baixo, só no solo.

No próximo exercício Rodas reúne todo o grupo em um bloco, e juntos devem avançar e recuar pela sala. Nesse exercício trabalharam como se movimentarem em grupo, o cuidado com o espaço, o equilíbrio e troca de peso e o cuidado com o outro na movimentação.

Rodas destaca que Tempo + Gesto = Interpretação.
Seguir o tempo e a ideia de estar com o outro é a interpretação. A tensão deve ser mantida até o fim, não deve perdê-la antes.

Ainda durante os exercícios percorrendo a diagonal da sala, Rodas trabalha com o grupo o deslocamento em plano baixo. Os integrantes devem buscar diferentes formas de se deslocarem pelo solo.

Para a próxima atividade o diretor indica ao grupo que os integrantes do coro devem ir para o fundo da sala. E em sincronia o grupo deve caminhar  e a cada passo fazer um gesto e congelar por um tempo, e seguir andando, criando um ritmo contínuo. Depois o mesmo exercício só que o grupo deve estar mais unido, criando um só corpo. Na atividade o grupo deve caminhar junto, parar junto,  e seguir junto e voltar. O grupo deve ser uma massa, devem se movimentar juntos, organicamente, com apoios firmes para não desequilibrarem. As pernas, braços e mãos devem ser movidos no mesmo momento. Devem explorar variações nos gestos. Rodas considera que não se deve repetir os mesmo movimentos.
 A próxima indicação é que o gesto a ser realizado seja de pedinte com diversas variações entre elas a de “pegar senha no hospital público” e “pedindo comida”,  sempre com o referencial que são pessoas pobres. Outra variação é o grupo caminhar unido em câmera lenta.

O ensaio segue para a passagem de cena. Começa da primeira cena se segue pelo que já foi trabalho.  A parte final do texto da cena 3 ainda é modificado.

Rodas retoma o trabalho com a música do recrutamento que corresponde a cena 4. O diretor propõe mudanças para que o rap seja cantado de forma mais soletrada, o que início seja mais acelerado e que o terceiro recruta tenha mais texto.
Para David ele considera que deve ter a postura de “Miss Brasil” e é amado por todos.
Com primeiro a ser recrutado são trabalhos seus movimentos condizentes com a sua fala e no ritmo da música. Para o personagem o diretor enfatiza que deve possuir todos os vícios. Enquanto o segundo recruta é mentirosos, e deve explorar ao máximo essas características, Rodas sugere aproximações com o estilo de “novela mexicana” e o exagero.
São experimentados ecos das falas finais de David pelo coro.
Na parte final da música, que David deve cantar, Rodas direciona para que seja um discurso alegre, e com ar de revolução. Para ser inspirado no discurso de Collor, sempre sorrindo e confiante. E os trechos “que venha”, devem ser valorizados.  Quando falar em “uivar para a lua”, o coro deve uivar.

A cena repetida várias vezes. Em outro momento o foco é ajustar o novo texto do 3 recruta no tempo da música. No próprio ensaio Marcus Mota já propõe mudanças na letra da música para adequá-la.

Na parte final, depois do discurso de David o coro retoma e cantam juntos a última frase: “vocês são meus, vocês são os homens de David.” (4X) E no final um grito de celebração: ÉÉÉÉH!

Em seguida são repassadas novamente todas as cenas anteriores, mais o que foi construído da cena 4.
Nisso Rodas observa possibilidades para a transição da cena 3 para 4. Sugere que as luzes sejam apagas, que se retire o caixão  e coloque a cadeira de David, todos se arrumam nas devidas posições e solte a música.

O ensaio segue para o trabalho da próxima cena, com a música do funk.
De acordo com o roteiro inicial de Marcus Mota, a cena 5 consistia em:

5- CONJUNTO DE PERFORMANCES COM OS PEQUENOS CRIMES DE DAVID, CANTADOS E DANÇADOS EM CENA. CENA FUNK. Barbárie.  (músicos gritam nos riffs e gritam)
MALFEITORES

Eu quero louvar as coragens de’um homem
que trouxe a alegria de volta pra nós
não sei se consigo, preciso mais voz
pois fiquem comigo, não me abandonem,
que antes de tudo vivia com fome
agora, minha gente, não falta mais pão
comemos, bebemos por toda a região
ferida que sangra não dói nessa pele
nem temos vergonha que o mal se revele
e tudo por causa do rei capitão.

Verdade, verdade me deixem mostrar
que ontem de noite eu mesmo vivi
cercamos a vila que fica ali
atrás da montanha, mas longe do mar.
De noite atacamos, o medo no ar,
pra nossa supresa de armas na mão
lutavam crianças, os mortos no chão,
os pais já carniça de lutas passadas
já mortos bem mortos por nossas espadas
e tudo por causa do rei capitão.

 Pior que invadir essa mesma aldeia
eu lembro foi ter que matar umas cabras
que tanto berravam, baliam, fanfarra
diante do fogo em mil labaredas
carpindo as casas e as gentes, platéia,
queimavam caladas sem dor e ilusão,
as gentes sem alma e os bichos então
pulavam, corriam, queriam morder,
as cabras, loucura, vendo a carne arder.
E tudo por causa do rei capitão.

As cabras, crianças, os mortos parentes
é coisa pequena diante do fato
um dia chegamos às margens de um lago
as águas tão vivas brilhavam tão quentes
mulheres boiavam azul reluzente
mulheres nas águas azuis sem paixão
os olhos vazios,  sacrifício obscuro
mulheres fugindo, o medo do estupro,
e tudo por causa do rei capitão.


Chegamos enfim ,ao extremo da luta
ninguém mais nos causa temor ou cansaço
pois somos mais fortes, mais duros que o aço
que corta gargantas, dos fracos abusa,
por isso trazemos as mãos sempre sujas
 o sangue dos outros é nossas canção
a morte alheia a agitar  coração   
em cada miséria que vemos em chamas
ressoa a alegria da voz que comanda
verdade mentira o rei capitão


O grupo segue a rotina de sempre que uma nova canção será trabalhada o grupo primeiro escuta a gravação da música e depois treina. Diante da letra, Hugo Rodas propõe que também sejam incluídas questões mais atuais como: “arrombar banco, sequestros, e falas como “me dê 10%- preciso de grana para comer”.

Os encaminhamentos para o próximo ensaio são:

·         Rever a letra do funk.
·         Finalizar a cena 4. Sugestões, que as travestis venham para a frente, e façam danças sensuais. E no final todos teriam armas nos bolsos e começariam a próxima música, a cena 5.
·         Investigar a possibilidade das travestis buscarem bules de café para fazerem a coleta, e entregar para todos do coro.

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